Ninguém
duvida de que boa parte das empresas depende do trabalho em equipe. Quando
algumas pessoas atuam juntas com o mesmo objetivo, de forma geral, isso permite
responder mais rápido às demandas e aos problemas.
No entanto, o professor
de psicologia organizacional e social da Harvard University, J. Richard
Hackman, defende que nem sempre isso acontece e boa parte das corporações tem
uma visão equivocada sobre o assunto.
A seguir, Hackman detalha os cinco principais
mitos sobre o trabalho em equipe que podem interferir, de forma negativa, nos
resultados.
Mito 1 – A harmonia entre os colaboradores é essencial
O que ocorre é justamente o oposto, mostram
pesquisas. Conflitos, quando bem gerenciados e focados em um objetivo comum,
podem gerar soluções mais criativas. Os questionamentos são bons para a equipe.
Além disso, pesquisas detectaram que as orquestras sinfônicas nas quais nem
todos os membros estão em harmonia tendem a tocar um pouco melhor do que a
média.
Mito 2
– Novos membros trazem energia e frescor de ideias
Na realidade, as pessoas que já trabalham juntas
há algum tempo conseguem entregar melhores resultados do que grupos nos quais
existe uma rotatividade maior de pessoas. O professor cita que trata-se de um
tema comprovado cientificamente, apesar da crença de que quem está junto há
muito tempo tende a ficar acomodado.
Mito 3
– Quanto maior a equipe, melhor
Acredita-se que quanto maior o grupo, mais
chances de sucesso, já que aumenta o esforço para conseguir um objetivo comum.
No entanto, equipes excessivamente grandes dificultam uma colaboração efetiva
entre seus membros, o que acaba com o principal diferencial do trabalho em
time. Além disso, fica mais complicado coordenar as atividades conjuntas.
Assim, pequenos times tendem a ser mais
eficientes e gerar menos frustrações.
Mito 4
– Reuniões presenciais são coisa do passado
Por mais que as tecnologias tenham facilitado a
comunicação entre as pessoas, fazer um trabalho 100% a distância pode não ser tão
eficiente. Pessoas trabalhando de forma remota tendem a ficar em desvantagem.
Uma série de empresas que trabalham com equipes dispersas já percebeu, segundo
o professor de Harvard, que isso aumenta o tempo e os gastos dos projetos, em
relação ao modelo tradicional, no qual os profissionais têm um contato face a
face.
Mito 5
– Tudo depende do líder
A participação do líder, realmente, faz a
diferença no trabalho em equipe. Mas a coisa mais inteligente que um chefe pode
conseguir é criar condições para que cada membro de uma equipe consiga
gerenciar sozinho suas tarefas e demandas.
Além disso, o papel da liderança é garantir que
as coisas ocorrerão como o previsto. Pesquisas indicam que as habilidades do
chefe no dia a dia só correspondem a cerca de 10% das variáveis para o sucesso
de um trabalho. A maior parte, 60%, está relacionada ao ambiente para
elaboração das iniciativas.
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